A Era de Prata dos Super-Heróis Nacionais
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A Era de Prata dos Super-Heróis Nacionais

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O final da década de 1960 seria marcado pela forte censura e, inclusive com as HQs de super heróis. A editora EBAL, por exemplo, evitou publicar algumas HQs do Lanterna Verde (DC Comics) que trazia muitos questionamentos de ordem social e política.

Como disse o autor e pesquisador de HQs, Roberto Guedes, em seu blog:

 “Nesse cenário desolador, várias editoras de menor porte fecharam suas portas, enquanto outras preferiram cancelar sua produção nacional e investir pesado nos chamados enlatados – com a clara finalidade de garantir retorno financeiro. Aos poucos, o gênero “super-herói nacional” escasseava. O que sobrou, foram apenas alguns gatos pingados. Com a pouca variedade, imperou a baixa qualidade, assim, o gênero ficou estigmatizado como incompatível à produção brasileira.”

Os anos seguintes foram complicados… (mas vamos deixar o contexto de lado)

Menções Especiais: 

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Velta

Criada em 1973, pelo autor Emir Ribeiro, “Welta”(quando surgiu, tinha o nome grafado com “W”) é uma das personagens mais queridas dos fanzines brasileiros. Emir conta que: “Velta foi criada, entre outras coisas, para preencher uma lacuna percebida nas leituras dos gibis da época. Faltava neles algo mais atrativo. “Por que somente apareciam aqueles machões musculosos, derrotando dúzias de bandidos armados a disparar balas a torto e a direito, sem nunca serem alvejados? Alguma coisa estava estranho aí. E talvez fosse preciso algo de novo nos quadrinhos”.

Itabira

Criado em 1975 a parti de uma ideia do professor Emílson Ribeiro e desenhado pelo seu filho, o quadrinista Emir Ribeiro. (O ilustrador Aílton Elias Gonçalves também já emprestou seu traço ao personagem).

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Fantastic Man

Criado pelo autor Tony Fernandes em 1976, saiu na revista “Jogos & Diversões” (Editora Noblet). No início, Fantastic Man se chamava “Zink, o Homem-Formiga”, mas passou por uma mudança de nome devido ao herói da editora Marvel.

Em 1982, seu autor lançou-o pela Editora Evictor e, mais tarde, pela sua própria firma, a ETF Comunicação.

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Outra criação do mesmo autor foi o Fantasma Negro, o personagem foi publicado pela primeira vez em 1983, pela editora ETF Comunicação Comercial Ltda.

Também em 1982, Raio Negro e Homem Lua (heróis da Era de Ouro) voltaram a ser publicados, dessa vez com o selo da editora Grafipar. Foi uma tentativa de relançar os heróis de Gedeone  Malagola numa nova revista, mas infelizmente, não passou do primeiro número.

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Quebra-Queixo

O personagem foi criado em 1983 pelo super talentoso Marcelo Campos.

“Um anti-herói durão que trabalha para a Força Zero, um grupo de super-heróis que combate o crime na caótica mega-megalópole de Nova Fronteira, uma cidade onde o caos e o nonsense caminham lado-a-lado.”

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Crânio

Criado pelo autor Francinildo Sena, Crânio surgiu nas página do Fanzine Mini-HQ  no ano 1988. Saiba Mais

A década de 1980 também trouxe inúmeras contribuições para o cenário das HQs de super-heróis, destaque para os anos 1985, 1986 e 1988.

Porém, foi apenas nos anos 90, em minha humilde opinião, que começou de fato a Era de Prata dos Super-Heróis Nacionais.

Aos poucos os quadrinhos de super-heróis (Brasileiros) foram deixando o Mainstream (sumiram das bancas e lojas) e mergulhando de vez no Underground.

Logo no inicio da década surgiu um novo movimento de quadrinhos de super-heróis nacionais no meio independente.

Anos 90

Entre outros super-heróis, no inicio dos anos 90, surgiu “Dálgor“, criado por Dario Chaves e José Carlos Chicuta, Dálgor é herói de ficção científica cuja primeira aventura foi publicada em um dos números do “Almanaque Phenix“, lançado pela extinta Editora Phenix, de propriedade da dupla Tony Fernandes e Wanderley  Felipe. O personagem fez outra aparição no primeiro número da revista “Nova Geração”, publicado em 1993 pela Editora Vidente. A última aparição do herói foi em 2002 pela revista “Graphic Talents“, uma tentativa da Editora Escala em firmar novamente mercado, quadrinhos inéditos criados no Brasil.

Em 1991, a Icea Gráfica e Editora lançou uma nova revista do “Raio Negro” de Gedeone Malagola.

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Vingador Mascarado

Em Maio de 1991, Sebastião Seabra criou o “Vingador Mascarado” e teve a sua estréia

na revista “Almanaque Phenix Superação”.

(O personagem também teve uma versão erótica publicada pela Editora Noblet na revista Sexyman).

Segundo Seabra, Tony foi um dos responsáveis por essa “retomada” dos super-heróis nos anos 90.

Tony Fernandes é o grande responsável pelo surgimento do Vingador Mascarado…

Certo dia ele me ligou para gentilmente pagar um material meu que apareceu na editora dele, pelas mãos dum outro desenhista, e papo vai, papo vem, o Tony me pediu, “Seabra, me faz um ‘Batman’…” Isso em uma época em que editor algum publicava ou encomendava HQs de super-heróis brasileiros. E o Tony encomendou e fez surgir outros bons personagens de outros autores.” Disse Seabra (via facebook)

Lembrando que o Tony (Fernandes) também encomendou o Slane do Jean Okada.

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Papo Amarelo

Em 1990, após notícias alarmantes sobre o contrabando de animais em Estados do Norte e Centro-Oeste do país, Moacir Torres decidiu criar um personagem que representaria a Amazônia e seu povo na luta contra os bandidos ambientais. “Procurei criar algo bem brasileiro, um herói totalmente diferente de tudo que existia no mercado mundial de quadrinhos”. E assim nasceu o Papo Amarelo.

Apesar de ter sido criado em 1990, o personagem só foi publicado no ano de 1993 no fanzine “Rancho #2“.

“Papo Amarelo” atua na região amazônica, mais precisamente em um vilarejo chamado Kakinã, o mesmo possui habilidades em artes marciais.

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O Capitão Ninja foi criado por Marcelo Cassaro e fez sua estréia na revista O Pequeno Ninja #3 (Editora Ninja, 1991), posteriormente foi publicado na revistas Pro Gamer (depois mudada para Gamers) em tirinhas que satirizavam diversos jogos de videogame. Chegou a estrelar sua própria revista – uma única edição, lançada pela Editora Escala  e fez várias aparições nas páginas da revista de RPG Dragão Brasil, sempre sob a batuta de seu criador. Anos mais tarde, a minissérie U.F.O Team apresentou uma versão mais ‘séria’ do personagem.

(O personagem funcionava como um  alter ego para o próprio autor).

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Os super heróis da Fire Comics

Meteoro

Criado por Roberto Guedes,o personagem foi publicado pela primeira vez em 1992, e sua identidade secreta era Ricardo “Ric” Marinetti, um jovem colegial que ganha poderes fantásticos ao ser atingido pela explosão de um meteorito. Em 2010, sua origem é reformulada, e o alte rego do herói passou a se chamar Roger Mandari (também um estudante colegial), que ganha seus poderes por meio de um meteorito enviado contra ele por um membro misterioso da sociedade secreta chamada Sinarquia Universal”

Os Protetores

Título criado por Roberto Guedes em 1992

“Os Protetores adquiriram seus poderes após serem submetidos às energias liberadas pelo “Canhão Dimensional”, um aparato tecnológico criado pelo cientista do grupo, Carlos Valle.”

com desenhos de Joe Prado (Que hoje é um dos principais agenciador de desenhistas para o mercado americano de Quadrinhos).

Em 1995, ganharam nova versão sob o traço de Reginaldo Borges.

Ao todo foram lançadas seis histórias.

Também ilustraram os títulos: Horácio Hordan, Marcelo Borba e CAL.

Devastador e Guepardo são outros personagens do mesmo ator que foram lançados nos anos 90.

HQs que saíram originalmente pelo selo Fire Comics

Slady

Slady, foi criado, também, pelo autor Roberto Guedes em 1996, e surgiu pela primeira vez na revista “Força Máxima  #8” e seguiu até a edição #9 (outubro e dezembro de 1996, respectivamente), com desenhos de Cal e Reginaldo Borges.

Slady é o príncipe guerreiro do planeta Anex, localizado na longínqua Galáxia do Dragão. Os anexanos possuem uma ligação intrínseca com os terráqueos, pois, num passado remoto, um alienígena poderosíssimo levou uma tribo da Terra para colonizar Anex.”

No ano seguinte, o personagem retornou para suas ultimas aventuras, então em título próprio, formato magazine, capa dupla e uma tiragem bem maior. A arte ficou por conta de Marcelo Borba (foi seu primeiro trabalho comercial com HQs).

Em 1994, Wellington Srbek criou o “Solar”

Gabriel Nascimento, um jovem que levava uma vida comum, até o dia em que descobriu que possuía incríveis poderes. Porém, essa descoberta trouxe, também, mistérios e desafios que o mesmo terá de enfrentar para encontrar seu destino e proteger as pessoas que ama.”

Em 1992, Eduardo Schloesser criou o “Zé Gatão“, mas foi só em 1997 que sua primeira HQ foi lançada.

O personagem é um gato (como o nome já diz. rs) que habita um mundo antropomorfo, violento,  onde impera a lei do mais forte.

É uma abordagem amargurada e melancólica e cheia de dramas “humanos” Disse Lancelott Martins em seu blog.

Em 1997, além de outros lançamentos, em outubro surge “O Gralha”, em uma edição especial da revista Metal Pesado em comemoração aos 15 anos da Gibiteca de Curitiba. Sua criação é atribuída de forma coletiva a todos os quadrinistas que participaram da edição: Gian Danton, Alessandro Dutra, José Aguiar, Antônio Éder, Luciano Lagares, Tako X, Edson Kohatsu, Augusto Freitas e Nilson Müller.

“O alter ego do super-herói é Gustavo Gomes, um vestibulando de Curitiba que se transforma em O Gralha quando surge algum perigo. As histórias fazem referências a características curitibanas (a gralha-azul, animal que inspirou o nome e o uniforme do herói, é o símbolo da cidade, por exemplo).”

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Em 1996, Rafael Tavares criou o super grupo “Os Invictos“, mas sua primeira publicação só veio no ano de 1998, no fanzine “Criogenia! #0”.

Em 1998, Gabriel Rocha criou o “Lagarto Negro”

Sua primeira aparição foi na HQ “Roubo de carga“, que saiu no Nº01 do Fanzine Impacto /Publicação – Taquara Editorial

(Impacto – foi o primeiro trabalho impresso que o artista Alex GenaroValkíria– participou)

Lagarto Negro teve HQs lançadas por editoras e selos de destaque, algumas delas: Universo Editora, Júpiter II, PADA e Blue Comics. Atualmente está sendo lançado pela Editora Kimera.

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Em 1999, surgiram alguns personagens interessantes, dentre eles: O Lobo Guará, criado por Carlos Henry

Publicado pela primeira vez em Dezembro no Fanzine Impacto-Fabricado no Brasil. Retornou em outubro de 2003, pelo selo Graphic Talents da Editora Escala, em um arco de 3 histórias com roteiros de Carlos Henry, desenhos de Elton Brunnetti e cores de Gabriel Rocha.

“No selo Graphic Talents a Editora Escala apresentava um autor diferente a cada edição! A maioria das edições apresentavam personagens de autores desconhecidos, com a proposta de publicá-los em revistas próprias conforme a aceitação do público!”

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Em 2001, Micaías Ramos criou “O Ninja” título publicado em fanzine próprio com um pequeno arco de duas edições, lançados pela Tacape Editora, onde o personagem principal enfrentava o vilão “Magma”.

Ainda foram lançados “O Bispo”de Rodrigo Fernandes,Lançado no Fanzine “Ataque Extremo” (2003) e Tormenta”, criado também em 2003 pelo autor Eduardo Manzano, Pela Editora Júpiter 2 (Pré-Júpiter 2, na verdade).

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Esses foram os últimos momentos da Era de PRATA dos Super Heróis Nacionais

Veja também o nosso primeiro artigo sobre o assunto: A Era de Ouro dos Super-Heróis Nacionais

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