Imaculada – Um Mergulho Tenso e Intrigante no Terror Sobrenatural
Com a temática sobrenatural, momentos de terror psicológico, conspirações na Igreja, modificação genética, aborto e infanticídio, o filme Imaculada possui muitas influências de clássicos do terror europeu dos anos 1970. O filme teve estreia no Brasil no dia 30 de maio de 2024, e continua em cartaz.
Sobre o Filme
O filme do diretor Michael Mohan foi bem recebido pela crítica e se ambienta nos tempos atuais. A produção é estrelada por Sydney Sweeney e conta com a participação de Álvaro Morte (o Professor da série La Casa de Papel), Dora Romano, Benedetta Porcaroli, Giorgio Colangeli e Simona Tabasco.
A trama segue Cecília (interpretada por Sweeney), uma jovem religiosa que decide se tornar freira em um convento isolado na zona rural italiana. Apesar de não ter mantido relações sexuais, Cecília descobre estar misteriosamente grávida e começa a ser atormentada por forças malignas enquanto desvela segredos sombrios e terríveis no convento. O filme questiona se a gravidez é uma bênção ou uma maldição, transformando rapidamente a experiência religiosa de Cecília em um pesadelo.
Imaculada não pretende reinventar o gênero, mas abraça alegremente os elementos familiares, o que contribui para sua atratividade. O filme se apropria de gêneros estabelecidos e convenções confiáveis, utiliza cortes chocantes e sustos, ao mesmo tempo em que interage com o público e provoca desconforto.
Análise do Filme
Embora existam muitos filmes com a temática de “Freira”, Imaculada se inclina para o cinema de terror moderno, utilizando suas referências e profundo conhecimento cinematográfico para criar a sensação de um vídeo perturbador, aparentemente desenterrado de um obscuro arquivo de fita VHS. Este ousado, bizarro e exuberante filme de terror se apresenta como uma variação Nunsploitation (o subgênero de filmes de freiras). Ele cumpre o que promete, mantendo um clima de tensão constante e apresentando um roteiro poderoso. O final aberto a múltiplas interpretações acrescenta um toque interessante. A protagonista entrega uma atuação vigorosa em um ambiente extremamente peculiar.
Na verdade, o relacionamento de dez anos de Sydney Sweeney com o filme Imaculada é uma história interessante que está sendo habilmente utilizada no marketing do filme. Após fazer o teste para o projeto em 2014, a atriz perseguiu os direitos do roteiro de Andrew Lobel quando a versão original não se concretizou. Ela trouxe o roteiro para seu colaborador, o diretor Michael Mohan (The Voyeurs), marcando este como seu primeiro filme como produtora. Para deixar claro: uma atriz fazer um teste para um projeto fracassado e depois ressuscitá-lo, desejando que ele exista uma década depois, não é como Hollywood geralmente funciona.
“Não foi concebido como um filme de freiras”, diz Mohan. Originalmente, Cecília era uma estudante do ensino médio, e, embora eu acredite que Sydney possa fazer qualquer coisa, simplesmente não achei que o público a aceitaria como uma virgem colegial. Lobel trabalhou com Mohan e Sweeney para revisar a história e situá-la em um convento de freiras católicas idosas no interior da Itália, transformando a personagem de Sweeney em uma postulante em sua primeira missão fora de casa. Embora Sydney Sweeney como freira pudesse igualmente desafiar a credulidade, Mohan conhecia bem os pontos fortes da atriz, como evidenciado no produto final. “Sydney consegue atuar no silêncio tão bem quanto nas cenas mais intensas”, ele elogia.
E, embora o filme – que, em última análise, trata de um parto forçado realizado por uma instituição religiosa que reivindica o corpo de uma mulher – já esteja recebendo sua cota de críticas de certos setores conservadores da internet, Mohan não se incomoda.
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