Championship Manager, game que revolucionou os simuladores
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Franquias – Championship Manager, o game que revolucionou os simuladores de futebol

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É fácil crer que, provavelmente todos os amantes de futebol já se imaginaram no papel de um treinador, montando o seu time ideal, definindo as estratégias, negociando jogadores, disputando campeonatos e conquistando títulos. Avaliando este tipo de arquétipo e aplicando no universo do games, provavelmente tal player já se deparou com o título Championship Manager, a franquia que inaugurou e popularizou o gênero de simulação de gerenciamento de futebol.

Franquias – Championship Manager

Championship Manager é uma série de jogos de computador criada pelos irmãos Paul e Oliver Collyer, que começaram a desenvolver o primeiro jogo em seu quarto em Shropshire, na Inglaterra, em 1992. Os irmãos fundaram uma empresa chamada Sports Interactive, que se mudou para Islington, em Londres, e firmou uma parceria com a Eidos Interactive, que publicou os games da franquia até 2003.

O início da saga

O primeiro jogo da série, Championship Manager, foi lançado em 1992 para Amiga, Atari ST e DOS, e permitia ao player escolher um time da Inglaterra, Escócia ou Itália, e gerenciá-lo por uma temporada. O título tinha uma interface simples e um banco de dados limitado, mas já apresentava elementos que se tornariam marca registrada da franquia, como a simulação dos partidas em tempo real, as estatísticas dos jogadores e dos times, e a possibilidade de salvar e carregar o progresso.

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Franquias – Championship Manager

A obra foi um sucesso de crítica e de público, e logo recebeu uma sequência, Championship Manager 93/94, que adicionou mais ligas, times e jogadores, além de melhorar a inteligência artificial e a jogabilidade. O título também introduziu a opção de editar os dados do jogo, permitindo que os jogadores personalizassem os nomes, as cores e os escudos dos times, e até criassem seus próprios jogadores.

A era Championship Manager 2

Em 1995, a Sports Interactive lançou Championship Manager 2, que representou um grande salto de qualidade em relação aos jogos anteriores. O game usou um novo motor gráfico, que permitiu uma melhor apresentação dos jogos, com comentários em áudio, animações dos jogadores e diferentes ângulos de câmera. O jogo também expandiu o banco de dados, incluindo mais de 400 times e 12 mil jogadores de 12 países diferentes.

Championship Manager 2 recebeu várias atualizações e versões, que adicionaram novas ligas, times e jogadores, além de corrigir bugs e melhorar o desempenho. Entre elas, destacam-se Championship Manager 96/97, que trouxe a opção de jogar com times históricos, como o Brasil de 1970 ou o Milan de 1989; e Championship Manager 97/98, que foi a última versão do jogo, e que se tornou um clássico entre os fãs da franquia.

A consagração com Championship Manager 3

Em 1999, a Sports Interactive lançou Championship Manager 3, que foi o primeiro título da série a usar gráficos em 3D, e que trouxe uma série de novidades e melhorias. A obra contou com mais de 700 times e 25 mil jogadores de 15 países diferentes, além de incluir ligas secundárias, divisões regionais e torneios internacionais. O jogo também permitiu ao usuário controlar mais de um time ao mesmo tempo, e interagir com a imprensa, os torcedores e os dirigentes.

Championship Manager 3 também teve várias atualizações e versões, que ampliaram o conteúdo e a jogabilidade. Entre elas, destacam-se Championship Manager: Season 00/01, que introduziu o mercado de transferências, permitindo que os jogadores comprassem e vendessem jogadores durante a temporada; e Championship Manager: Season 01/02 (confira aqui), que foi a versão mais popular e aclamada do jogo, e que ainda conta com uma comunidade ativa de jogadores e modders.

A separação da Eidos e o surgimento de Football Manager

Em 2003, a Sports Interactive rompeu a parceria com a Eidos Interactive, após desentendimentos sobre os direitos e os lucros da franquia. A Sports Interactive manteve o motor gráfico e o banco de dados do jogo, mas perdeu o nome Championship Manager. A Eidos Interactive manteve o nome e a interface do game, mas perdeu o motor gráfico e o banco de dados.

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Franquias – Championship Manager

A partir daí, as duas empresas seguiram caminhos diferentes. A Sports Interactive se uniu à Sega, e lançou em 2004 o seu novo jogo, chamado Football Manager 2005, que usava a mesma base de Championship Manager 3, mas com melhorias e atualizações. O game foi um sucesso de crítica e de vendas, e se tornou a principal referência do gênero de simulação de gerenciamento de futebol.

A Eidos Interactive, por sua vez, contratou um novo estúdio, chamado Beautiful Game Studios, para desenvolver o seu novo jogo, chamado Championship Manager 5, que usava uma nova interface e um novo motor gráfico, mas que não conseguiu reproduzir a qualidade e a profundidade dos títulos anteriores. O jogo foi um fracasso de crítica e de público, e marcou o início do declínio da franquia.

O fim da saga

Após o fracasso de Championship Manager 5, a Eidos Interactive tentou recuperar o prestígio da franquia, lançando novos títulos, que tentavam corrigir os problemas e trazer novidades. No entanto, nenhum deles conseguiu superar ou sequer igualar o sucesso de Football Manager, que continuava dominando o mercado e agradando os fãs.

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Franquias – Championship Manager

O último jogo da série, Championship Manager 2010, foi lançado em 2009, e foi o primeiro a usar um modelo de pagamento flexível, permitindo que os players pagassem o quanto quisessem pelo jogo. O jogo também trouxe algumas inovações, como a possibilidade de assistir as partidas em 3D, e de criar e compartilhar táticas online. No entanto, o jogo não teve o impacto esperado, e foi ofuscado pelo Football Manager 2010.

Em 2011, a Eidos Interactive lançou um jogo para iOS, chamado Championship Manager 2011, que foi o último jogo da franquia a usar o nome Championship Manager. A partir de 2013, a Eidos Interactive, que havia sido comprada pela Square Enix, passou a usar o nome Champ Man para os seus títulos de futebol, que foram lançados apenas para dispositivos móveis. O último jogo da série, Champ Man 17, foi lançado em 2016.

O legado de Championship Manager

Apesar do fim da franquia, Championship Manager deixou um legado importante para a história dos jogos de futebol, e para a cultura popular em geral. O game foi o pioneiro e o responsável por popularizar o gênero de simulação de gerenciamento de futebol, que atrai milhões de jogadores ao redor do mundo, que se divertem e se emocionam com as suas aventuras e desventuras no comando dos seus times favoritos.

Tal obra também influenciou e inspirou diversas personalidades do mundo do futebol, como jogadores, treinadores, jornalistas e comentaristas, que reconhecem o valor e a qualidade do jogo, e que muitas vezes usam o título como fonte de informação, de aprendizado e de entretenimento. Alguns exemplos são André Villas-Boas, que começou a sua carreira como treinador após impressionar o Porto com os seus conhecimentos adquiridos no game; Ole Gunnar Solskjaer, que usou o jogo para estudar os seus adversários quando era jogador do Manchester United; e Cherno Samba, que se tornou uma lenda do game por causa do seu potencial, mas que não conseguiu repetir o sucesso na vida real.

Championship Manager, portanto, foi mais do que um jogo, foi uma paixão, uma obsessão, uma forma de arte, que marcou a vida de muitas pessoas, e que merece ser lembrado e respeitado como um dos melhores e mais influentes jogos de futebol de todos os tempos.

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