Metaphor: ReFantazio Foi Injustiçado no TGA 2024

Metaphor ReFantazio Injustiçado no TGA 2024 – O título em pauta é o mais recente RPG produzido pelo Studio Zero responsável pela icônica série Persona e publicado pela renomada Atlus, chega com a promessa de redefinir o gênero de JRPGs. Ao se afastar do cenário urbano e contemporâneo que caracteriza os jogos anteriores do estúdio, o título mergulha de cabeça em um universo de fantasia sombria, repleto de magia, mistérios e criaturas extraordinárias. Combinando narrativas profundas, mecânicas inovadoras e um design visual arrebatador, o jogo apresenta uma experiência que é ao mesmo tempo familiar para os fãs de títulos anteriores como Persona e refrescante para os fãs de RPGs.

Sinopse e Trailer

Metaphor: ReFantazio, um mundo de fantasia único, onde o protagonista viajará ao lado de sua fada companheira, Gallica, para acabar com a maldição do príncipe do reino. Controle seu destino, enfrente seus medos e desperte poderes mágicos de Arquétipo que estão adormecidos em seu coração.

Narrativa: Uma jornada épica e reflexiva

A história de Metaphor: ReFantazio se passa no reino de Euchronia, fragmentada por conflitos, racismo entre as diferentes tribos do jogo e ameaças sobrenaturais, onde o protagonista, acompanhado de aliados inesperados, embarca em uma jornada para desafiar o destino. Desde o início, o enredo se mostra denso e filosófico, abordando temas como identidade, livre-arbítrio e os sacrifícios necessários para alcançar objetivos maiores.

O destaque vai para a profundidade dos personagens e o peso emocional que suas escolhas carregam. Cada membro da equipe tem um arco próprio, com motivações e conflitos internos que se conectam organicamente à trama principal. Esses personagens não apenas enriquecem a história, mas também criam momentos de interação genuína e emocional que fortalecem a conexão do jogador com o mundo do jogo. Reviravoltas na narrativa são frequentes, mantendo o jogador constantemente envolvido e surpreendido. O roteiro também equilibra momentos de introspecção com cenas épicas, garantindo um ritmo variado e instigante.

Jogabilidade: Estratégia e inovação

O sistema de combate é um dos pontos altos de Metaphor: ReFantazio. Para jogadores de Persona e Shin Megami Tensei, muita coisa vai soar familiar durantes os combates, mas ainda sim tem espaço para novidades que são muito bem elaboradas e bem vindas para o sistema de batalhas. Como por exemplo, engajar em um combate de ação com inimigos para ganhar vantagem antes de andentrar o combate por turno.

Mais das mecânicas de combates incluem:

• Ataques colaborativos entre personagens, que dependem das afinidades e do relacionamento entre eles.
• Mudanças dinâmicas no campo de batalha, que exigem adaptação e planejamento estratégico.
• Habilidades elementares que podem interagir com o ambiente, criando efeitos surpreendentes.

A progressão dos personagens também merece destaque. O sistema de evolução é complexo, mas recompensador, permitindo que os jogadores personalizem habilidades e atributos de acordo com suas preferências. Além disso, a gestão de recursos e equipamentos é integrada à narrativa, criando uma sensação de propósito em cada decisão tomada.

Os desafios são balanceados, oferecendo combates intensos que recompensam a criatividade e o domínio das mecânicas. Contudo, jogadores mais casuais podem achar a curva de aprendizado um pouco intimidadora, especialmente no início, devido à abundância de sistemas e informações.

Design visual: Um mundo de tirar o fôlego

Visualmente, Metaphor: ReFantazio é uma obra de arte. O design dos cenários combina elementos de fantasia sombria com um toque surrealista, criando ambientes que são ao mesmo tempo belos e ameaçadores. Cada área do jogo é repleta de detalhes, desde a arquitetura das cidades até os efeitos climáticos e de iluminação.

Os monstros e chefes possuem designs impressionantes e muitas vezes intimidadores, refletindo a atmosfera de perigo constante. Já os personagens principais é onde Shigenori Soejima brilha com maestria, cada personagem têm visuais marcantes e extremamente únicos, que destacam suas personalidades e papéis na trama.

A estética geral do jogo, com suas cores vibrantes e efeitos visuais refinados, demonstra o cuidado artístico que a equipe teve em criar um mundo que é tanto visualmente cativante quanto tematicamente coerente. Claro não podemos deixar de mencionar os famosos menus de jogos da Atlus. Em Metaphor não é diferente, menus extremamente chamativos, com bastante cores, angulos e imagens diferentes, mas sem deixar de lado o propósito e intuição para cada aba de cada menu.

Trilha sonora: Emoção em cada nota

Shoji Meguro, renomado compositor da série Persona, entrega novamente uma trilha sonora inesquecível. As músicas de Metaphor são tão variadas quanto o próprio jogo, indo de temas épicos e orquestrados para combates intensos e militares até melodias mais sutis e introspectivas nos momentos de exploração ou diálogos emocionais. A trilha não é apenas um pano de fundo, mas um elemento essencial para a imersão. Cada música parece estar perfeitamente sincronizada com o tom da cena, ampliando a emoção e a tensão de maneira magistral.

Ponto negativo: Complexidade inicial

Embora o jogo seja uma experiência memorável, ele não é isento de falhas. O maior problema está na sua curva de aprendizado inicial. Para jogadores menos experientes ou acostumados com sistemas mais diretos, o início de Metaphor pode ser intimidador. Os tutoriais, apesar de detalhados, podem sobrecarregar o jogador com uma avalanche de informações e mecânicas que só se tornam realmente relevantes mais adiante. Isso pode causar confusão e até frustração, especialmente para aqueles que são novos ao gênero e esperam um começo mais fluido e acessível.

Conclusão: Um novo clássico dos RPGs

Metaphor: ReFantazio é um título que não apenas atende às expectativas, mas as supera em muitos aspectos. Com uma narrativa profunda, personagens cativantes, mecânicas de combate inovadoras e uma direção artística impecável, ele se posiciona como um dos melhores RPGs dos últimos anos. Apesar de sua complexidade inicial, a dedicação para superar essa barreira é amplamente recompensada com uma experiência rica, emocional e desafiadora. É um jogo que redefine o potencial dos JRPGs, oferecendo algo que é ao mesmo tempo familiar e ousadamente original.