
Análise: Assassin’s Creed Odyssey
Não importa se você é um fã tradicional ou não da franquia, Assassin’s Creed Origins levantou o véu sobre a nova direção para a série, mas apenas com aparição de Odyssey é que a Ubisoft deixou realmente claro em que lugar pretendia chegar: um RPG de ação com um mundo aberto cheio de conteúdo.
O game proporciona uma épica experiência à Grécia antiga ao botar o jogador na pele de um (uma) mercenário espartano.
A narrativa é estruturada em 3 linhas principais que se cruzam em certos momentos da aventura. A primeira é a nossa odisseia, ou aquilo que frequentemente chamamos “História principal”, que no caso seria um drama de família, uma verdadeira tragédia grega.
A segunda é a respeito do “o culto” e a Primeira Civilização, e de que forma tudo isso está interligado. Por fim, a história do presente com Layla que é bem rasa e desinteressante, mas por sorte ela não toma muito espaço e foco na aventura.
Pontos positivos
O estilo RPG
Assassin’s Creed Odyssey é o título da franquia que abraça o gênero RPG como nunca. Agora há a possibilidade de realizar escolhas morais que irão causar consequências diretas e indiretas a narrativa, e resultar em um dos nove finais do título.
Vale ressaltar que não são tão complexas e radicais quanto as de The Witcher ou Mass Effect por exemplo, mas são abrangente o suficiente pra manter qualquer um envolvido. É também possível escolher um protagonista masculino (Alexios) ou feminino (Kassandra), ambos são netos de Leónidas.
“Sets” de armaduras mais divididos e detalhados foram mais uma grande novidade, que vão desde capacetes, peitoral, cinturão, braceletes, botas, espadas arco e flecha… E existe a oportunidade de customizar certos atributos dessas partes como dano em fogo. As habilidades receberam mais profundidade, são bastante diversificadas e mais influentes durante a exploração, stealth e combate.
Houve também a adição de um sistema semelhante ao “nemesis” de Shadow of Mordor, o mesmo consiste em uma espécie de “caça ao rato”, mercenários vão caçar o jogador caso ele tenha um preço pela sua cabeça, e todos eles são gerados de forma procedural, com aparências e habilidades únicas, os mesmos também contém suas próprias histórias.
Matá-los irá dar grandes recompensas, também é possível recrutá-los para sua tripulação naval.
História
Ela de maneira geral é de ótima qualidade. Isso se deve: a narrativa bem construída e aos personagens que são tão interessantes quanto os da trilogia Ezio. Destaque para o filósofo Sócrates, o general Alcibíades que adorava uma vida sexual variada, e o Heródoto que seria o “pai da História”, e o fato de poder conversar com os mesmos por meio de opções de diálogos deixa tudo mais intrigante.
- Sócrates
- Alcibíades
- Heródoto
As missões secundárias também receberam um cuidado especial nesse quesito. Vale lembrar que Origins tratou da origem dos assassinos, e Odyssey se passa antes dessa situação, ou seja, nada da irmandade dos assassinos aqui, dessa vez se trata de como os artefatos da primeira civilização criaram o que seria a narrativa dos “Templários vs Assassinos”.
Mundo vivo
Assassin’s Creed Odyssey tem o maior mundo aberto da franquia, o mesmo contém muitos locais variados para visitar, como: cidades ricas, pequenos povoados, florestas, pântanos, ilhas, ilhotas, praias, mar aberto… E há também muito o que fazer nesses lugares: navegar, caçar, explorar ruínas, tumbas, cavernas e o mar em busca de tesouros, capturar fortalezas… Realizar missões principais e secundárias além de fazer o jogador avançar na história, fará o mesmo conseguir mais armamentos, armaduras, e recursos para aprimorar o seu equipamento pessoal e do seu navio.
Outro detalhe importante é a biodiversidade tanto marinha quanto a terrestre presentes no mundo de Odyssey, que são extremamente diversificadas, cheias de realismo e vida.
Gameplay
A navegação de Black Flag está de volta, porém, com diferenças significativas como a possibilidade de mergulhar em mar aberto a hora que quiser para: explorar odisseias incríveis naufragadas e templos antigos, enfrentar animais, ou apenas admirar a beleza da biodiversidade marinha presente ali. Os confrontos navais estão com uma jogabilidade mais refinada e acessível. Há também um sistema de tenentes, onde o jogador pode recrutar inimigos e até mesmo chefões para fazerem parte da sua tripulação, além de aparecerem de fato no navio, os mesmos melhoram atributos como o dano das flechas e de fogo.
Diversão e desafio são equilibrados de maneira perfeita no combate, ou seja, nada de confrontos frustrantes que aconteciam com frequência no game anterior, principalmente quando se tratava de enfrentar mais de um inimigo ao mesmo tempo, e geralmente se os mesmos estivessem um nível acima do protagonista já era o suficiente para darem uma verdadeira surra no jogador. A possibilidade de confrontar vários inimigos ao mesmo tempo de maneira menos frustrante retornou, porém, com uma jogabilidade menos automática e desafiadora na medida certa.
E sim, o parkour e o stealth estão presentes aqui. O parkour é o mesmo do Origins, já o stealth está com um acervo de possibilidades bem maiores, devida as novas habilidades.
Direção de arte
Odyssey tem uma direção de arte belíssima e condizente. Ela é extremamente fiel ao período histórico que é retratado no game. Aqui temos diversos monumentos, personagens e lugares históricos. E não podemos esquecer da vegetação, geografia e animais da época, que estão igualmente fiéis. Todos estes elementos somados com a parte sonora, história, mundo aberto bastante vivo e a gameplay fazem o jogador realmente se sentir na Grécia antiga, e essa é uma sensação simplesmente impagável.
Pontos negativos
Problemas técnicos
O jogo apresenta problemas de renderização com mais frequência do que em Origins, e os loadings são ocasionalmente mais demorados. Há também alguns bugs, dentre eles: pessoas e animais flutuando, seres que depois de mortos congelam e ainda é possível passar por dentro deles. Mas os piores são aqueles que irão te atrapalhar de alguma forma em uma missão, por exemplo quando um inimigo está em algum lugar inacessível, o mesmo as vezes acontece com alguns itens para saquear. Felizmente, a questão dos bugs não é algo frequente. Porém, em compensação, a inteligência artificial dos adversários continua deixando a desejar, parece que esse realmente não é o forte da franquia.
Ficha técnica
- Desenvolvedora: Ubisoft Quebec
- Distribuidora: Ubisoft
- Lançamento: Outubro de 2018 (PC, Xbox One e PS4)
- Gênero: RPG de ação
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