Há alguns anos, a Warner/DC dava inicio ao seu universo compartilhado no cinema, através de O Homem de Aço (2013), Batman Vs Superman: A Origem da Justiça (2016) e Esquadrão Suicida (2016). Filmes que dividiram a opinião do público, gerando discussões interessantes na Internet. Ou seja, temos argumentações contra e a favor dos filmes. Exceto, Esquadrão Suicida que foi uma unanimidade. Tais questões fizeram a Warner/DC repensar em como abordar o seu riquíssimo universo no cinema.
Super heróis são a moda do momento, estão bem estabelecidos na indústria cinematográfica. Adaptações cada vez mais próximas dos quadrinhos. Entretanto, a pergunta que não quer calar, é: Onde estão as Super-Heroínas? Talvez a resposta que você encontre para isto, seja: Elektra e Mulher-Gato, dois experimentos que fracassaram no passado, e também, quem sabe, um pouco dos velhos preconceitos que se encontram enraizados em nossa sociedade machista.
A Marvel possui um universo compartilhado bem estabelecido (melhor que a DC), não há como negar. Contudo, pouco se arrisca, sempre segue fórmulas prontas (não me entenda mal, gosto da Marvel, mas sua fórmula anda cansativa). Já a DC, mesmo com seus erros, se arrisca mais. Um bom exemplo disso, é o próprio Mulher Maravilha, primeiro filme (solo) em anos que decide apostar em uma super-heroína na telona. Algo que a Marvel jamais tentou realizar em seu universo compartilhado, devido o medo do risco.
Veja o trailer oficial:
Mulher Maravilha chegou sob tutela de Patty Jenkins (Monster – Desejo Assassino), que cá entre nós, foi a melhor escolha possível para este projeto, parte disso se dá pela mesma ser mulher e entender o que a personagem precisava. Em momento algum, vemos takes nas coxas, bunda ou peitos da Mulher Maravilha ( Gal Gadot), tais takes estão mais preocupados em mostrar o uniforme da heroína. O filme não coloca á mulher acima do homem ou vice e versa, muito pelo contrário, nos mostra que assim como tem homens fortes, também há mulheres fortes. Ambos são retratados com igualdade, de forma orgânica e natural.
Embora a diretora Patty Jenkins não possua uma grande experiência com cenas de ação, vide o excesso de câmera lenta e planos fechados, ainda nos entrega sequências realmente empolgantes, que deixam as de Esquadrão Suicida no chinelo, por exemplo. Outro ponto que merece ser ressaltado, é o tratamento que a diretora deu aos personagens, todos se encontram em seu lugar. Temos uma ótima química entre Diana Prince ( Gal Gadot) e Steve Trevor (Chris Pine).
Gal Gadot não é nenhuma ótima atriz, possui limitações dramáticas, o que fica evidente quando está atuando ao lado de seus colegas de trabalho. Porém, ela funciona como Mulher Maravilha, por ser carismática e transparecer o amor, bravura, curiosidade, espírito de batalha, ingenuidade e inocência. Características estas, que fizeram toda a diferença para a personagem.
Chris Pine está ótimo, em uma interpretação carismática, charmosa, meio tímida e ao mesmo tempo, perturbada, por conta dos horrores da Primeira Guerra Mundial. Sem se sobrepor aos outros, seu personagem funciona como coadjuvante. O roteiro valoriza os personagens.
A fotografia é utilizada de forma que favoreça a historia que está sendo contada. Temos um contraste de cores muito interessante entre Themyscira e o Mundo dos Homens. Em quanto o primeiro representa o Paraíso, marcado por cores vivas, o segundo representa o Inferno, tomado por cores frias, destruição e sujeira.
Um dos grande problemas que assolam filmes do gênero, é o mal encaixe do humor. Muitos filmes de heróis fazem piadas na hora errada, e ainda, são sem graça. Felizmente, Mulher Maravilha possui um humor inteligente e sutil. Faz uma boa sátira ao machismo.
Em certos momentos, o filme é desfavorecido pelo uso excessivo de efeitos especias (CGI), fazendo o longa parecer um jogo de vídeo-game.
Tirando a música tema de Mulher Maravilha, o resto da trilha é apenas satisfatória. Não é marcante como as de O Homem de Aço e Batman Vs Superman: A Origem da Justiça.
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