O presidente da Nintendo of America, Doug Bowser, explicou em uma entrevista ao site Inverse por que a empresa não possui sindicatos de trabalhadores, apesar do crescente movimento sindical na indústria de videogames. Segundo ele, a razão principal é o alto grau de satisfação e engajamento dos funcionários, que se reflete nos altos índices de retenção e na baixa taxa de rotatividade.
Bowser afirmou que a Nintendo of America se preocupa em criar uma cultura inclusiva, que tenha um equilíbrio entre vida pessoal e profissional, e que esteja focada na missão singular de trazer sorrisos aos rostos das pessoas. Ele disse que a empresa está sempre ouvindo os funcionários e buscando formas de obter feedback e compreender as necessidades dos trabalhadores. Ele também mencionou que a empresa respeita o direito dos funcionários de formar sindicatos, mas que atualmente não vê necessidade disso.
A declaração de Bowser contrasta com os relatos de alguns funcionários e ex-funcionários da Nintendo of America, que em 2022 denunciaram a empresa como opressora e restritiva. Em uma reportagem publicada em maio de 2022, uma dúzia de pessoas que trabalharam em vários departamentos da empresa revelaram que a Nintendo of America impunha regras rígidas, limitava a criatividade e a comunicação, e oferecia salários abaixo da média do setor.
A Nintendo of America é uma das poucas empresas de videogames que não possui sindicatos. Em janeiro de 2022, os trabalhadores de garantia de qualidade do estúdio Raven Software da Activision Blizzard se tornaram os primeiros do setor a se sindicalizar. Desde então, outros estúdios como Blizzard Albany, Zenimax Media e mais seguiram o exemplo. A sindicalização é vista por muitos como uma forma de proteger os direitos dos trabalhadores e combater práticas abusivas como o crunch, o assédio e a discriminação.
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