4 Mangás de Samurai – História e influência no Japão no mercado de mangás [LISTA]

4 Mangás de Samurai

4 Mangás de Samurai e suas influências – A figura do guerreiro sempre foi muito presente na cultura pop, tanto no exterior quanto no seu país de origem, o Japão. A origem da palavra samurai significa “Aquele que serve”, no caso servir, ser vassalo do Imperador ou outra autoridade. Um sinônimo de Samurai é o termo “Bushi” que significa Guerreiro, que segue o “Bushido” ou seja o caminho do guerreiro.

Os samurais foram uma classe guerreira da sociedade que tiveram seu auge entre os séculos VIII até o século XIX, quando a modernização do Japão com a Era Meiji dizimou as classes guerreiras do país. Os samurais ficaram sem motivos para lutarem, muitos encontraram outras formas de viver e outros entraram para a ilegalidade, já os que não possuíam mestres e sem vínculos eram chamados de Ronins.

A sua popularização começou com a figura de Miyamoto Musashi, uma figura lendária do Japão, conhecido como o melhor samurai de todos os tempos, sua história rendeu livros, filmes, mangás, jogos e etc. No cinema o pioneiro do cinema samurai foi o grande diretor Akira Kurosawa, que dirigiu obras primas como, “Os 7 Samurais”, “ Trono Manchado de Sangue”, “Ran” e “Yojimbo”, este último foi tão influente que o diretor Sergio Leone e o ainda astro em ascensão Clint Eastwood, se inspiraram para fazer outro clássico do cinema “Por um Punhado de Dólares”.
O mundo dos mangás foi o que mais se beneficiou desses guerreiros lendários do Japão feudal, aqui vai uma lista para conhecer melhor os maravilhosos mangás desse gênero.

O mundo dos mangás foi o que mais se beneficiou desses guerreiros lendários do Japão feudal, aqui vai uma lista para conhecer melhor os maravilhosos mangás desse gênero.

Um fato muito interessante que merece ser contado é de que Lobo Solitário foi o primeiro mangá a ser publicado no Brasil no ano de 1988, com leitura ocidental publicado pela editora Cedibra, republicado em 1990 e sendo interrompida em 1993. A Panini do ano de 2005 conseguiu os seus direitos e publicou a obra com a leitura em seu sentido original, completa e recheada de extras. Uma nova versão começou a ser lançada no ano de 2017 com um novo material e brindes, como cards e marca páginas personalizadas.

Confira 4 Mangás de Samurai e suas influências

Lobo Solitário – 1970 – 1976 – Kazuo Koike e Goseki Kojima.

O mangá “Lobo Solitário”, publicado entre 1970 e 1976, contando com 28 volumes, foi um dos pilares e influência para uma grande parte do mundo dos quadrinhos, mangás, desenhos e até mesmo filmes.
O mangá tem o roteiro de Kazuo Koike, mangaká veterano e o grande ilustrador Goseki Kojima, quem é fã de mangás menos conhecidos consegue reconhecê-los apenas pelos traços e roteiros da dupla que tiveram uma parceria muito produtiva ao longo das décadas.

A figura do samurai é o tema central da história, situado no Período Edo do Japão, Itto Ogami é o executor oficial do Governo, sendo um empregado muito dedicado e leal ao Xogum, o clã rival Yagyu cria uma trama falsa para acusar Itto e assim ter o motivo para a execução de toda a sua família.

Os únicos sobreviventes deste massacre são Itto e seu filho Daigoro de apenas 2 anos de idade, durante toda a história Itto tem apenas um objetivo, se vingar do Clã Yagyu e seu patriarca Retsudo Yagyu.

O visual de Itto e seu filho Daigoro é muito marcante, assim como a suas habilidades na arte da espada, Itto um habilidoso lutador e espadachim e Daigoro um garoto prodígio para a sua idade e impressiona por sua determinação e amor ao pai. Os dois seguem o caminho do Meifumadô, ou seja, o Caminho do Inferno na mitologia budista. Itto se torna um assassino de aluguel, cobrando por cabeça o preço de 500 ryos, para contratar os seus serviços é necessário colocar a ilustração dos dois guardiões do inferno, Gozu e Mezu, no portão de entrada do templo mais próximo.

O mangá serviu de inspiração para a criação de 6 filmes e uma série de mesmo nome que resume o mangá em 6 atos, serviu também de inspiração para o grande quadrinista Frank Miller que além da criação de Ronin, Cavaleiro das Trevas, introduziu a obra nos Estados Unidos, sendo publicado pelo selo Dark Horse.

Lobo Solitário deixou um enorme legado influenciando uma infinidade de hqs e principalmente mangás de diversos gêneros, principalmente o Seinen, gênero destinado a jovens adultos e o shonen destinado a jovens e crianças.
O que mais chama atenção na obra são os vários arcos da história divididos pelas estações do ano e seus acontecimentos sangrentos e crônicas, e não menos importantes suas incríveis ilustrações nas cenas mais dramáticas e de ação com muito sangue e violência.

Vagabond – 1998 – 2015 em Hiato – Takehiko Inoue

A obra conta a história do mais famoso samurai do Japão, Myiamoto Musashi, por ser uma obra secular, várias releituras foram feitas de suas histórias, neste mangá conhecemos o jovem Takezo. Takezo é um jovem muito corajoso e forte com aptidão para ser tornar um “ronin”, samurai sem mestre e aprimorar a sua habilidade como espadachim, esperando uma oportunidade para mudar de vida, infame em sua vila ele possui poucos amigos e uma grande determinação, recebendo até o apelido de Demônio entre os aldeões.

A grande oportunidade chega na Batalha de Sekigahara, batalha que definiria o rumo do Japão por muitos séculos à frente. Junto com seu melhor amigo Matahachi, decidem se alistar no exército a favor do Shogun como meros mercenários e assim trilhando o caminho da espada. Matahachi está prometido como noivo para a jovem Otsu, melhor amiga de Takezo que terá um grande papel na história. Com grandes painéis, Vagabond chama a atenção por seus traços muito realistas e passagens filosóficas e violentas demais para o público comum de mangás. Grandes feitos de Musashi são retratados neste mangá como a batalha contra mais de 100 homens e sua lesão na perna.

Diálogos muito bem humorados, drama, momentos de tensão e violência, tornam esse mangá com uma obra única tanto no gênero seinen como no mundo dos hqs em geral recebendo diversos prêmios em muitas categorias como roteiro e arte. A série conta atualmente com 37 volumes e infelizmente desde de 2014 está em hiato, o seu autor Takehiko que ganhou fama pelo seu mangá de basquete Slam Dunk anda muito ocupado com outros projetos e declarou em 2022 que pretende finalizar Vagabond o quanto antes.

Vagabond foi lançado no Brasil primeiramente pela editora Conrad, tendo uma versão maior compilando vários volumes pela mesma e desde de 2016 foi licenciado e publicado pela Panini.

Rurouni Kenshin ou Samurai X – 1994 – 1999 – Nobuhiro Watsuki

O mais famoso mangá desta lista, Rurouni Kenshin, traduzido como Andarilho Kenshin ou pela sua forma que ficou conhecido no ocidente Samurai X, além de possuir uma série de mangás muito bem sucedida, foram produzidos anime, OVAS, filme de animação e de 3 Live-Actions de muito sucesso internacional.

O anime ganhou popularidade após ser transmitido no Brasil pela Globo no programa da Tv Globinho e no canal de Tv a cabo Cartoon Network. Sua publicação em mangá se deu no ano de 2001 pela JBC em formatinho e posteriormente seu relançamento no ano de 2012 pela mesma editora.
A trama acompanha a história de Kenshin Himura, ex assassino e executor do governo a favor do Xogum na Era Meiji do Japão, período de modernização e abertura do Japão que ocorreu entre os anos de 1868 a 1912.

Após a derrota dos monarquistas, Kenshin ficou 10 anos vagando pelo Japão onde fez o seu juramento de nunca mais matar alguém, até que por acaso encontra Kaoru Kamiya, que possui um dojo de Kendo que carrega o seu nome com intuito de continuar a sua arte da espada.

Nostálgica para muitos a série apesar de não ser tão séria e se enquadrar no estilo Shonen, possui lutas formidáveis e inimigos marcantes, a luta entre Kenshin e Shisui na arena de fogo está entre umas das melhores dos animes e dos mangás. Se você se interessa por espadas e lutas de tirar o fôlego, Samurai X vai te conquistar após as primeiras páginas.

A Besta – Hideki Mori – 2014

A Besta é um mangá de um único volume lançado em 2014 pelo consagrado Hideki Mori, ilustrador e roteirista de gekigás, lançado aqui no Brasil em 2020 pela editora NewPop. Seu maior trabalho é a continuação do consagrado Lobo Solitário, com o título de O Novo Lobo Solitário, considerado pelo próprio Kazuo Koike como o seu sucessor.

A Besta é uma releitura da história do mais famoso samurai do Japão, Miyamoto Musashi, com outro nome e algumas semelhanças com a obra de Vagabond, porém com muito mais e pode se dizer duas vezes violência. Bennosuke, o protagonista aos 13 anos de idade já possuía uma altura muito maior do que os meninos da sua vila com a mesma idade, solitário e nutrindo raiva de seu pai, um samurai consolidado na arte da espada e com quem teve muitas desavenças desde a separação de sua mãe biológica.

Com a morte da mãe, Bennosuke passou a odiar o pai e ter relações amorosas com a própria irmã que o pai obviamente não aprovava esse tipo de comportamento. Um belo dia sua irmã Ogin aparece na vila para encontrar o irmão, mas desaparece e é encontrada morta, a partir desse momento a vida de Bennosuke mudaria para sempre.

Com uma grande riqueza de detalhes principalmente nas cenas mórbidas e de teor sexual, A Besta se tornou um gekigá clássico, trazendo até então apenas o começo da história de Musashi como samurai, com uma abordagem totalmente diferente da que conhecemos, A Besta vai te prender do início ao fim com a sua narrativa de tirar o fôlego e cenas também de reflexão sobre a vida e a época que a história se passa.

Esse foram os 4 Mangás de Samurai – História e influência no Japão no mercado de mangás, para nós dos Galáxia, todos de alguma forma devem ser revividos e avaliados. Mas é claro, amado leitor, cabe ao você dizer qual mangá de Samurai marcou sua vida.